Crime ambiental <br>em S. Pedro da Cova
Num projecto de resolução que hoje, quinta-feira, será discutido na Assembleia da República, o Partido Ecologista «Os Verdes» reclama ao Governo que «desenvolva todas as medidas e diligências necessárias para que, com carácter de urgência, se proceda à remoção integral dos resíduos perigosos» depositados em São Pedro da Cova, Gondomar.
No documento, os deputados Heloísa Apolónia e José Luís Ferreira pedem que seja garantida a «requalificação ambiental e paisagística das escombreiras das antigas minas de S. Pedro da Cova e respectiva área envolvente», defendem a necessidade de ser feita uma avaliação e monitorização dos impactos decorrentes da deposição dos resíduos perigosos, «designadamente no que se refere à contaminação de lençóis freáticos e dos solos, bem como efeitos sobre a saúde pública» e exigem que se apure responsabilidades por aquele «crime ambiental».
Em causa estão milhares de toneladas de resíduos industriais provenientes da Siderurgia Nacional e depositados naquela freguesia do distrito do Porto entre Maio de 2001 e Março de 2002.
Entre Outubro de 2014 e Maio de 2015 esteve em curso uma empreitada de remoção de resíduos, monitorizada pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), num investimento superior a 13 milhões de euros, 85 por cento provenientes de fundos europeus.
Ao longo dos anos foi avançado que existiriam 88 mil toneladas de resíduos, mas o caderno de encargos do concurso público feito com vista à remoção alude a 105 600 toneladas.
No entanto, a 21 de Abril do ano passado, após uma reunião que decorreu na CCDR-N e juntou representantes do anterior governo, da Câmara de Gondomar, bem como da Junta de São Pedro da Cova, da Agência Portuguesa do Ambiente e do Laboratório Nacional de Engenharia Civil, foi confirmado que existem mais resíduos, pelo que se teria de avançar com uma «segunda fase de remoção».